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Entre O Que Vejo
Entre o que vejo de um campo e o que vejo de outro campo
Passa um momento uma figura de homem.
Os seus passos vão com "ele" na mesma realidade,
Mas eu reparo para ele e para eles, e são duas cousas:
O "homem" vai andando com as suas idéias, falso e estrangeiro,
E os passos vão com o sistema antigo que faz pernas andar.
Olho-o de longe sem opinião nenhuma.
Que perfeito que é nele o que ele é — o seu corpo,
A sua verdadeira realidade que não tem desejos nem esperanças,
Mas músculos e a maneira certa e impessoal de os usar.
Entre lo que veo de un campo y lo que veo de otro campo
Pasa un momento una figura de hombre.
Sus pasos van con "él" en la misma realidad,
Pero reparo para él o para ellos, y son dos cosas:
El "hombre" va andando con sus ideas, falso y extranjero;
Y los pasos van con el sistema antiguo que hace las piernas andar.
Lo miro de lejos sin opinión ninguna.
Que perfecto que es en él lo que él es — su cuerpo,
Su verdadera realidad que no tiene deseos ni esperanzas,
Pero músculos y la manera cierta e impersonal de usarlos.
Poemas Inconjuntos
Alberto Caeiro
20-4-1919

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