Aqui, Neera, longe
De homens e de cidades,
Por ninguém nos tolher
O passo, nem vedarem
A nossa vista as casas,
Podemos crer-nos livres.
Bem sei, é flava, que inda
Nos tolhe a vida o corpo,
E não temos a mão
Onde temos a alma;
Bem sei que mesmo aqui
Se nos gasta esta carne
Que os deuses concederam
Ao estado antes de Averno.
Mas aqui não nos prendem
Mais coisas do que a vida,
Mãos alheias não tomam
Do nosso braço, ou passos
Humanos se atravessam
Pelo nosso caminho.
Não nos sentimos presos
Senão com pensarmos nisso,
Por isso não pensemos
E deixemo-nos crer
Na inteira liberdade
Que é a ilusão que agora
Nos torna iguais dos deuses.
|
AquÃ, Neera, lejos
De hombres y ciudades,
Donde nadie nos estorba
El paso, ni veda
Nuestra vista a las casas,
Podemos creernos libres.
Bien sé, es heno blanco, que aún
Nos estorba la vida al cuerpo,
Y no tenemos la mano
Donde tenemos el alma;
Bien sé que incluso aquÃ
Se nos gasta esta carne
Que los dioses concedieron
A la pompa(*) antes de Averno.
Pero aqui no nos prenden
Más cosas de las que la vida,
Manos ajenas no toman
De nuestro brazo, o pasos
Humanos se atraviesan
Por nuestro camino.
No nos sentimos presos
Sino con pensarnos en eso,
Por eso no pensemos
Y dejémosnos creer
En la entera libertad
Que es la ilusión que ahora
Nos torna iguales de los dioses.
|