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Tuas, Não Minhas
Tuas, não minhas, teço estas grinaldas,
Que em minha fronte renovadas ponho.
Para mim tece as tuas,
Que as minhas eu não vejo.
Se não pesar na vida melhor gozo
Que o vermo-nos, vejamo-nos, e, vendo,
Surdos conciliemos
O insubsistente surdo.
Coroemo-nos pois uns para os outros,
E brindemos uníssonos à sorte
Que houver, até que chegue
A hora do barqueiro.
Tuyas, no mías, tejo estas girnaldas,
Que en mi frente renovadas pongo.
Para mí teje las tuyas,
Que las mias yo no veo.
Si no pesara en la vida mejor gozo
Que el vernos, veámosnos, y, viendo,
Sordos conciliemos
El insubsistente sordo.
Coronémosnos pues unos para los otros,
Y brindemos unísonos a la suerte
Que hubo, hasta que llegue
La hora del barquero.
Odes De Ricardo Reis
Ricardo Reis

©2005-01-18 by Sebastián Santisi, all rights reserved.


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