site de poesias coligidas de
F E R N A N D O   P E S S O A
http://www.fpessoa.com.ar

<<Voltar-Volver>>


Súbdito Inútil
Súbdito inútil de astros dominantes,
Passageiros como eu, vivo uma vida
Que não quero nem amo,
Minha porque sou ela,

No ergástulo de ser quem sou, contudo,
De em mim pensar me livro, olhando no alto
Os astros que dominam
Submissos de os ver brilhar.

Vastidão vã que finge de infinito
(Como se o infinito se pudesse ver!) —
Dá-me ela a liberdade?
Como, se ela a não tem?
Súdbito inútil de astros dominantes,
Pasajeros como yo, vivo una vida
Que no quiero ni amo,
Mía porque soy ella,

En el ergástulo(*) de ser quien soy, pese a todo,
De en mí pensar me libro, mirando en lo alto
Los astros que dominan
Sumisos(**) de verlos brillar

Vastedad vana que finge de infinito
(¡Cómo si lo infinito se pudiera ver!) —
¿Me da ella libertad?
¿Cómo, si ella no la tiene?
Odes De Ricardo Reis
Ricardo Reis

(*) N.d.T: En português es sinónimo de cárcel, pero respeto la palabra original.
(**) N.d.T: Supongo que será singular.

©2005-03-27 by Sebastián Santisi, all rights reserved.


<<Voltar-Volver>>


cuandolimafueparis.com.ar