site de poesias coligidas de
F E R N A N D O   P E S S O A
http://www.fpessoa.com.ar

<<Voltar-Volver>>


Pesa O Decreto Atroz
Pesa o decreto atroz do fim certeiro.
Pesa a sentença igual do juiz ignoto
Em cada cerviz néscia. É entrudo e riem.
Felizes, porque neles pensa e sente
      A vida, que não eles!

Se a ciência é vida, sábio é só o néscio.
Quão pouca diferença a mente interna
Do homem da dos brutos! Sus! Deixai
      Brincar os moribundos!

De rosas, inda que de falsas teçam
Capelas veras. Breve e vão é o tempo
Que lhes é dado, e por misericórdia
      Breve nem vão sentido.
Pesa el decreto atroz del fin certero.
Pesa la sentencia igual del juez ignoto
En cada cerviz necia. Es carnaval y rien.
Felices, porque en ellos piensa y siente
      La vida, ¡y no ellos!

Si la ciencia es vida, sabio es sólo el necio.
¡Cuán poca diferencia la mente interna
Del hombre de la de los brutos! ¡Sus! ¡Dejad
      Bailar los moribundos!

De rosas, pese a que de falsas tejan
Capillas veras. Breve y vano es el tiempo
Que les es dado, y por misericordia
      Ni breve ni vano sentido.
Odes De Ricardo Reis
Ricardo Reis

©2005-04-24 by Sebastián Santisi, all rights reserved.


<<Voltar-Volver>>


cuandolimafueparis.com.ar