Bem, hoje que estou só e posso ver
Com o poder de ver do coração
Quanto não sou, quanto não posso ser,
Quanto se o for, serei em vão,
Hoje, vou confessar, quero sentir-me
Definitivamente ser ninguém,
E de mim mesmo, altivo, demitir-me
Por não ter procedido bem.
Falhei a tudo, mas sem galhardias,
Nada fui, nada ousei e nada fiz,
Nem colhi nas urtigas dos meus dias
A flor de parecer feliz.
Mas fica sempre, porque o pobre é rico
Em qualquer cousa, se procurar bem,
A grande indiferença com que fico.
Escrevo-o para o lembrar bem.
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Bien, hoy que estoy sólo y puedo ver
Con el poder de ver del corazón
Cuanto no soy, cuanto no puedo ser,
Cuanto si lo fuera, seré en vano,
Hoy, voy a confesar, quiero sentirme
Definitivamente ser nadie,
Y de mà mismo, altivo, dimitirme
Por no haber procedido bien.
Fallé a todo, pero sin gallardÃas,
Nada fui, nada osé y nada hice,
Ni recogà en las ortigas de mis dÃas
La flor de parecer feliz.
Pero queda siempre, porque el pobre es rico
En cualquier cosa, si se busca bien,
La gran indiferencia con que quedo.
Lo escribo para recordarlo bien.
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